Se o preço for igual, 49% dos brasileiros preferem comprar em livrarias físicas, aponta pesquisa

Se o preço for igual, 49% dos brasileiros preferem comprar em livrarias físicas, aponta pesquisa

Levantamento evidencia 'necessidade de ações efetivas para o fomento à leitura', afirma presidente da Câmara Brasileira do Livro - (Ruan de Sousa Gabriel - 07/02/2025)

A maioria dos brasileiros prefere comprar livros on-line: 55% contra 39% dos que tendem a escolher as lojas físicas. No entanto, se o preço é o mesmo, 49% optam pela compra presencial, 44% por adquirir o livro num e-commerce e 7% não sabem. Essa é uma das descobertas da pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pela Nielsen BookData e divulgada esta quinta-feira (6). O estudo traça o perfil dos consumidores de livros no Brasil.

Ao justificar a preferência pela compra virtual, os brasileiros citam as promoções (45,7%), a praticidade (35,6%), a facilidade para encontrar os títulos que desejam (30,2%), o fato de não precisarem sair de casa (26,7%) e a maior variedade dos catálogos on-line (25%). A maioria costuma adquirir livros em plataformas como Amazon (61,7%), Mercado Livre (11%) e Shopee (6,8%). A compra on-line é mais popular na classe A (63%) que na B (58%) e na CDE (50%).

Já os que preferem comprar em livrarias físicas enumeram vantagens como poder folhear o livro antes de se decidir (52,2%), já sair com a obra em mãos (44,3%), maior variedade de títulos nas prateleiras (24,2%), praticidade (23,5%) e não pagar frete (22,1%). A maioria fez sua última compra presencial em livrarias físicas (46,8%), quiosques de shopping (10,3%), eventos literários (9,8%) e sebos (9,2%). As livrarias mais citadas foram a Leitura (34,9%), livrarias de bairro (23,4%), as Livrarias Curitiba (5,1%) e a Travessa (4,7%).

Mulheres lideram
Apenas 16% dos entrevistados comparam ao menos um livro nos dozes meses anteriores à pesquisa e 77% planejavam fazê-lo no trimestre seguinte — alta de 3% em relação à 2023. 56% dos respondentes compraram apenas livros físicos, enquanto 14% adquiriram somente obras digitais. Os outros 30% optaram por ambos os formatos.

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Entre os consumidores de livros, 42% compraram entre três e cinco obras no último ano e 11,5% adquiriram mais de dez títulos (62% deles são mulheres). Os gêneros mais procurados na última compra presencial foram: não ficção (59,9%), ficção (36,7%) e títulos científicos (14,2%). Já na última compra on-line, destacam-se a não ficção (57,7%), a ficção (39,3%) e as obras técnicas (15,1%).

O livro é o segundo produto cultural mais consumido (16%) pelos brasileiros, atrás apenas dos ingressos de cinema (19%).

Preço e falta de tempo
Entre os fatores que desmotivam a compra de livros destacam-se o preço (35,5%), a falta de livrarias na região (26,2%) e de tempo para ler (24,2%). A pesquisa mostra que outros produtos culturais também são considerados caros, como ingressos para shows (63%) e jogos de futebol (47%), entradas de cinema (37%) e teatro (34%) e assinatura de serviços de streaming (33%).

O levantamento aponta ainda que livros didáticos e de desenvolvimento pessoal e profissional são considerados caros para 55% e 41% dos entrevistados, respectivamente. Já obras de entretenimento e infantojuvenis não são tidas nem como caras nem como baratas por 48% e 40% dos respondentes.

Em nota, a presidente da Câmara Brasileira do Livro, Sevani Matos, ressaltou que a pesquisa “permite acompanhar padrões de consumo, preferências e comportamentos dos brasileiros, evidenciando a necessidade de ações efetivas para o fomento à leitura”. “Este acompanhamento nos mostra que o Brasil precisa cada vez mais de políticas sérias e eficientes para a formação de leitores e o fortalecimento do livro”, completou.

A “Panorama do Consumo de Livros” entrevistou 16 pessoas maiores de 18 anos de todas regiões brasileiras e classes sociais entre 14 e 20 de outubro de 2024. A margem de erro é de 0,8% e o nível de confiança é de 95%.

Fonte: O GLOBO