Profissionais do setor discutem o valor do livro em diversas perspectivas

32ª Convenção Nacional De Livrarias: Profissionais do setor discutem o valor do livro em diversas perspectivas

Programação do primeiro dia destacou a importância das livrarias e da leitura para fortalecer um mercado unido, diversificado e competitivo

São Paulo, setembro de 2024 - “O livro precisa ter seu valor reconhecido, no sentido figurativo, como objeto essencial para cultura de qualquer sociedade. Mas é fundamental que ele tenha também seu valor justo, no seu sentido mais literal: monetário". Com essas palavras, Alexandre Martins Fontes, presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), deu início à 32ª Convenção Nacional de Livrarias. O evento, que reuniu cerca de 250 profissionais do setor, teve sua programação do primeiro dia focada em discutir, sob diversas perspectivas, o tema central: O Valor do Livro.

"A convenção acontece em um momento decisivo para o mercado. As pessoas não sabem quantos profissionais estão envolvidos no processo e o tempo de remuneração de um livro, que inclusive acumula custos", explicou André Conti, da Editora Todavia, durante o primeiro painel do dia. A discussão também contou com a participação de Leonardo Ferreira (Lis Gráfica), e Marcus Teles (Livraria Leitura e ex-presidente da ANL). O trio destacou a necessidade de conscientizar a população de que o livro não é um produto caro e reforçou a importância da união do setor nessa missão.

A busca pela aprovação da Lei Cortez também foi outro ponto de destaque na programação do primeiro dia da 32ª Convenção Nacional de Livrarias. Trazendo os exemplos dos mercados francês e argentino, o painel contou com a presença de Guido Cervetti (Big Sur), da Biblioteconomista Marion Loire (Embaixada da França no Brasil / Bureau du Livre), Pedro Gama (Travessia Livraria), Rui Campos (Livraria da Travessa) e Alexandre Martins Fontes, que reforçou a importância da regulamentação para a sobrevivência das livrarias no Brasil. "A Lei Cortez é a maior luta do mercado entre editores e livreiros e estamos trabalhando para que ela seja aprovada dentro das nossas limitações. A lei demonstra tudo que precisamos e desejamos para o Brasil, pois uma cidade sem livraria indica tragédia”, enfatizou o presidente da ANL.

À tarde, foi a vez de José Castilho (J. Castilho Gestão & Projetos - Livro-Leitura-Biblioteca) subir ao palco do evento. Com um currículo extenso em políticas públicas que incentivam à leitura e cultura, o consultor debateu ao lado de Fernanda Garcia (Câmara Brasileira do Livro) a importância da Política Nacional De Leitura E Escrita (PNLE) e do Plano Nacional Do Livro E Leitura (PNLL) para as livrarias brasileiras. "Não podemos nos dar ao luxo, após uma Convenção como essa, de voltar para ao nosso lugar e nada mudar. Essa dinâmica que sustenta uma política pública. Precisamos escolher nossas prioridades e o que é mais importante neste momento: a Lei Cortez”, reforçou Castilho. O bate-papo seguiu com a análise das estratégias de mercado no painel “A Livraria Como Criadora De Demanda”, que trouxe os livreiros Marcos Pereira (Editora Sextante), Mônica Carvalho (Livraria da Tarde), Ramir Severiano (Vitrola Editora e Livraria) e Samuel Seibel (Livraria da Vila), além de Mariana Bueno (Nielsen IQ).

Para encerrar o primeiro dia da Convenção, a cantora, compositora e escritora Fernanda Takai bateu um papo sobre música e literatura, mediado pela jornalista Patrícia Palumbo (Vozes do Brasil). Com uma carreira consolidada na música como vocalista da banda Pato Fu, Fernanda expandiu seu repertório artístico para a literatura infantil, trazendo para seus textos a mesma sensibilidade e criatividade que marcam suas canções. “Trato o público infantil com a mesma seriedade do adulto e busco ter muito respeito. Eu fico pensando com responsabilidade em oferecer um espetáculo, em produzir cultura e visibilidade que, infelizmente, hoje não está atrelada a qualidade”, explica Takai.

Realizada anualmente pela Associação Nacional de Livrarias (ANL), a Convenção Nacional de Livrarias reúne livreiros, editores, distribuidores, profissionais da área gráfica e parceiros do setor para discutir questões cruciais para a sobrevivência e o fortalecimento do mercado literário. A programação completa do evento pode ser acessada aqui