Entre editor e livreiro, Alexandre Martins Fontes ocupa um lugar particular no mercado editorial. Antes de assumir controle da editora e das livrarias fundadas por seu pai, Alexandre ambicionava carreira no mundo das artes, paixão que o acompanha hoje na sua ocupação de colecionador. Entre as prateleiras da livraria Martins Fontes, celebra o privilégio de viver cercado de arte, que, para ele, é o “alimento da alma”. Foi durante a pandemia da Covid-19, que, obrigado a fechar as portas da livraria, Alexandre deparou com a dimensão da crise do setor.
Hoje, como diretor-presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Alexandre volta seus esforços para a aprovação da Lei Cortez, que visa limitar a 10% o desconto sobre o preço de capa dos livros nos 12 meses posteriores ao lançamento. Com inspiração na chamada Lei Lang, em vigor na França desde 1981, o projeto de lei tem o objetivo de interromper a concorrência predatória de gigantes virtuais como a Amazon, que se baseia em descontos acima do que seria economicamente sustentável para livrarias independentes. A proposta – que tramita no Congresso desde 2015 e hoje aguarda análise da Câmara dos Deputados – visa proteger as livrarias, mas deixa dúvidas quanto aos benefícios que oferece aos leitores e editores.
De Nova York, sentado em frente à sua coleção de originais do artista americano Terry Winters, ele fala à Cult sobre o preço do livro no Brasil, a importância da lei no fomento às livrarias, as práticas da Amazon no mercado livreiro e as falhas de editores e distribuidores na formação de um mercado editorial que ajude a construir um país com mais leitores. A pedido da Cult, essa entrevista contou ainda com perguntas enviadas por representantes de editoras brasileiras.
Fonte: Revista Cult
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