Nanni Rios, da Baleia, de Porto Alegre, afirma que o segmento só vai sobreviver se conseguir se diferenciar da Amazon - Por Ruan de Sousa Gabriel — São Paulo (04/03/2023)
Quando Saraiva e Cultura entraram em recuperação judicial, em 2018, não faltou quem decretasse que o negócio do livro não mais prosperaria no Brasil e que as livrarias seriam engolidas pela política de descontos agressiva e os fretes imbatíveis de gigantes como a Amazon. Mas Adauto Leva viu ali a oportunidade de realizar um sonho: abrir uma livraria em São Paulo. Não uma loja gigantesca como a da Cultura no Conjunto Nacional (que, lembra ele, vivia cheia de gente acomodada nos pufes, mas com os caixas vazios) e sim uma livraria pequena, com cara de comércio de bairro.
Mas onde? Leva tinha esta resposta. Passou a vida pesquisando o comportamento do consumidor. Depois de estudar os dados socioeconômicos de bairros paulistanos e ouvir mais de 500 pessoas, descobriu que na Zona Oeste havia leitores suficientes para sustentar seu sonho. Como em Pinheiros já havia um punhado de livrarias, optou pela Vila Romana, onde não havia concorrência (hoje, há duas infantis, Pé de Livro e Miúda).
A pandemia atrasou os planos, e a Cabeceira só abriu as portas em maio de 2022. Leva a idealizou pensando em um cliente específico: o leitor cujos desejos o algoritmo não é capaz de adivinhar. Certo de que “há sempre um livro no meio do caminho”, dispõe os livros em prateleiras com nomes curiosos como “Que país é esse?” (com títulos sobre o Brasil, de “Gabriela, cravo e canela”, de Jorge Amado, a “Diário de viagem”, de Albert Camus) e “Estante da professora Dalila”, com obras de que a mãe gostava (Machado de Assis, Edgar Allan Poe e biografias como a de Ney Matogrosso, entre outros).
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